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Como superar a mentalidade da dieta? Conheça 2 estratégias valiosas.

A definição do que é a mentalidade da dieta é algo fluído, já que como algo impregnado na nossa sociedade não é possível com apenas um olhar captar tudo o que significa. Conforme vamos nos interessando e questionando é possível perceber sua real profundidade


Compartilho aqui com vocês alguns componentes essenciais da cultura da dieta:

  • Elege o corpo magro como o ideal e traz um tom moral para isso (ex: como se ser magra fosse superior aos outros formatos de corpos). Isso é extremamente prejudicial indo da pressão estética até um preconceito estrutural como a gordofobia que impede que pessoas possam ter acesso à saúde e inúmeras outras áreas da vida.

  • Classifica os alimentos de forma dicotômica (bom X ruim, saudável X não saudável, alimentos do bem X porcaria). Essa classificação cria relações complicadas com alimentos e prejudica enormemente nossa capacidade de confiar nas sensações do corpo

  • Usa a força de vontade e o controle como forma de se relacionar com a comida. Isso se traduz em uma imensa lista de TEM QUE e que nos leva para um pêndulo incessante entre restringir e comer demais

  • Traz o movimento do corpo como forma de controlar o peso, impactando drasticamente na relação com o exercício físico e diminuindo possibilidade que as pessoas possam movimentar o corpo de forma natural e prazerosa.

  • Promove a culpa como motivador para comer diferente (dica: culpa não é um motivador potente e duradouro). É a culpa recai sobre o indivíduo, não há solução individual aqui, como sociedade é necessário aprendermos e fortalecermos formas mais saudáveis de comer.

  • Espalha erroneamente a ideia de que estamos no controle do peso e que basta ter foco, força e fé. Como se o nosso peso fosse apenas resultado do quanto comemos e o quanto gastamos. Isso não é verdade a regulação do peso está menos no nosso controle do que imaginamos (Confira aqui algumas variáveis envolvidas no balanço energético)

  • Promove a preocupação excessiva com o peso culminando na insatisfação com o corpo, que impacta profundamente nosso cotidiano.

  • Intensifica a presença de sentimentos como ao longo do dia. É comum pessoas que sofrem impacto das dietas (dica: tudo mundo) se sentir cansada, frustrada, confusa, com raiva, sozinha, desencorajada, irritada e muitos outros

  • Esconde os efeitos deletérios da ciclagem do peso (efeito sanfona)

  • Incentiva que gastemos dinheiro em fórmulas mágicas para alcançar seus padrões inalcançáveis


Pela definição da mentalidade da dieta é possível perceber seus malefícios em nossas vidas. Então surge a próxima pergunta potente:


COMO SUPERAR A MENTALIDADE DA DIETA?

E hoje vou apresentar DUAS FORMAS de fazer isso:


A primeira é a partir da definição acima se mover para escancarar a mentalidade da dieta no dia a dia. Reconhecer de onde ela vem, quais sentimentos específicos provoca em você, quais são as frases que você mais ouve internamente na forma de pensamentos.

Onde a ditadura de dieta “pega” mais para você: A ideia do corpo dos sonhos ou é algo relacionando querer comer saudável, ou ainda uma combinação das anteriores.


Podemos também mapear quanto tempo do dia acordada a mentalidade da dieta povoa seus pensamentos. Dê uma nota de 0 a 100% do tempo acordada.


Quais são as situações que disparam a conversa interna sobre dietas, emagrecimento, controle, restrição, exclusão de alimentos?

  • A balança do banheiro

  • Almoço com colegas que fazem dieta

  • Segundas-feiras

  • Comprar roupas

  • Vestir-se

  • Espelhos

  • Reuniões familiares

  • Pessoas que você segue no Instagram


Toda essa investigação fará você mais consciente do cano de cima (confira na figura abaixo).




Geralmente o que acontece é que esse cano não tem bifurcação, o gatilho para a ditadura da dieta acontece e pronto perdemos horas ou dias de nossa vida preciosa perdidas ali, e esse processo suga muita energia. Ao estar mais atenta para esse cano, começamos a criar uma bifurcação que é que funciona meio assim:



Acordei e ao olhar no armário todas as roupas que não me servem mais, pensei “Preciso de uma dieta” “Eu preciso voltar a caber nessas roupas” - esses sãos os pensamentos que dão início ao cano. Você pode reconhecer e dizer "Esses são pensamentos da mentalidade da dieta".

<Nesse momento pode surgir algo novo>>

“Peraí, o que eu estou querendo cultivar”

"Eu já sei que dietas não funcionam e que toda vez que começo uma fico restringindo e comendo demais depois".

“Eu quero ser capaz de cuidar de mim sem me maltratar com as dietas’

“Eu quero aprender habilidades duradouras para comer”

“Eu quero poder comer sem culpa aproveitando o gosto da comida e dando ao meu corpo o que ele precisa”

“Eu quero aprender como honrar meu corpo”


Percebem a diferença?

No começo essa bifurcação do cano referente a fala mais compassiva é do tamanho de fio de cabelo. Enquanto da dieta tem o tamanho gigante das grandes tubulações de água. O que é natural porque treinamos muito o cano das dietas, e com a prática o cano da fala compassiva vai ficando mais calibroso e das dietas diminuindo. É um treino!


Esse processo de bifurcação é essencial, NO ENTANTO, ele pode ser doloroso porque a ditadura da dieta causa muita dor e sofrimento. Porque as raízes são dolorosas, e porque ela está tão enraizada que fez muitas pessoas acreditarem que seus corpos não são bonitos e/ou confiáveis. E porque no fundo as dietas dizem que sabem a fórmula para sermos amadas e felizes. E como se a cada segunda-feira sussurrasse nos nossos ouvidos:

Você não está se sentindo bem ou feliz? Eu sei o porquê! Confie em mim se você começar uma dieta e perder peso e chegar no seu peso ideal você será feliz, amada e desejada.

Por isso apresento a você uma segunda forma de superar a mentalidade dieta que tem a ver com diversão, leveza e curiosidade. Imagine todo o espaço que os pensamentos de dieta ocupam no dia, e se o povoássemos nossa mente com outros pensamentos?


De tão leve que isso pode ser, algumas pessoas não dão a devido importância. E tenho uma suspeita para isso?


As dietas nos fizeram acreditar que se não estamos sofrendo na relação com a comida, não estamos fazendo o que é bom para gente. E por isso a estranheza com a leveza acontece.

Assim, a segunda forma tem a ver com se divertir com a comia, comer comia boa, descobrir receitas, se maravilhar com a diversidade alimentar:


  • Em que local eu moro?

  • O tempo está esfriando ou aquecendo?

  • Quais são os alimentos típicos da minha região (Muitas vezes temos que procurar no google, porque os alimentos típicos ficam mais claros quando vamos para outras regiões e aí nos damos conta “A então pão de queijo desse jeito eu encontro só aqui em minas” ou “Ah pinhão abundante desse jeito é mais na região do sul” e etc

  • Onde estão as feiras livres?

  • Quem produz sua comida? De que cidade ou pais vem sua comida?

  • Quais são as receitas da sua família?

  • O que os povos originários do Brasil comiam e comem hoje?

  • Quais frutas existem além de banana, maçã e mamão?

  • O que existe além das receitas com trigo. O quanto a mandioca “rainha do Brasil” compõem as minhas refeições?

  • Quais cogumelos existem além de shitake e shimeji?

  • O que são as PANCs?

  • Quantos tipos de abacates existem [pode colocar qualquer alimento nessa pergunta]?

  • Quais queijos são realmente gostosos?

  • Que combinações de texturas você gosta?

  • Quais alimentos são patrimônio imaterial no Brasil? (Coloquei um link para te ajudar a começar essa investigação)


FOMOS ENSINADAS A TEMER A COMIDA E NÃO NOS POR ELA


Com essas duas formas você tem ferramentas essenciais para iniciar seu caminho superando a mentalidade da dieta. Essas estratégias se complementam trazendo leveza e também fortalecendo pensamentos de uma mentalidade mais amorosa com a comida.


Com Carinho, Driele.

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